A radiodermite, ou radiodermatite, é um efeito secundário ao tratamento da radioterapia, uma reação na pele que aparece a partir da segunda ou terceira semana de aplicação e seus efeitos podem permanecer por algum tempo após o término do tratamento. Esse evento ocorre pelo efeito da radiação ionizante usada para destruir certos tipos de tumores. Para chegar às células tumorais, a radiação atravessa tecidos saudáveis, entre eles, a pele, podendo causar toxicidades, aguda e tardias.
A reação aguda pode surgir durante o tratamento e permanecer de 2 a 4 semanas após o término da radioterapia de acordo com o NHS (serviço de saúde da Inglaterra). É identificada inicialmente por eritema, edema progressivo, hipercromia, descamação seca, descamação úmida, ulceração ou sangramento; a toxicidade tardia, ou crônica, pode surgir de três meses a anos após o fim do tratamento, e pode apresentar sinais como isquemia, fibrose, alterações na pigmentação e no espessamento da pele, porém, não há consenso quanto a esse período.
As toxicidades causadas na pele dependem de alguns fatores como técnica utilizada, tipo de equipamento, área do corpo a ser tratada e dose. Influenciam também tratamento antineoplásico concomitante a radioterapia, a idade do paciente, estado nutricional e hidratação oral, comorbidades, etilismo e tabagismo.
Para acompanhar a evolução da radiodermatite é comum utilizar as escalas para avaliação da pele, como a RTOG – Radiation Therapy Oncology Group, da European Organisation for Research and Treatment of Cancer, com graus que variam em ordem crescente de toxicidade conforme região de tratamento.
– Grau I: eritema folicular moderado; epilação; descamação seca e hipercromia
– Grau II: eritema intenso; edema moderado; descamação úmida em placas
– Grau III: eritema rubro escuro, brilhante e doloroso; descamação
– Grau IV: ulceração; hemorragia; necrose
A conduta terapêutica preventiva durante o tratamento deve ser reavaliada semanalmente pelo médico, durante a consulta de revisão, a fim de implementar mudanças, quando necessário, adequando a resposta das toxicidades às orientações e cuidados.
Na consulta com a enfermagem, a equipe deve promover as medidas preventivas de cuidado que incluem desde higienização da pele, compressas frias no local, alimentação adequada e esclarecimento quanto às prescrições para analgesia e uso de pomadas.
Algumas regiões são mais suscetíveis as reações como região de cabeça e pescoço, sulco inframamário (mamas pendentes), região axilar, região vulvar e anal. Os cuidados com a pele da região de tratamento são importantes para uma rápida recuperação das lesões e evitar as pausas durante o tratamento.
Cuidados essenciais
Estudos recentes comprovam a eficácia de produtos à base de calêndula, adequados para pacientes em tratamentos oncológicos. São hidratantes suaves, sem odor e de fácil absorção.
Evitar produtos com parabenos, uréia (por sua ação esfoliante), fragrâncias, corantes e a base de ácido favorecem o cuidado diário